Saturday, January 29, 2022

O que faz um Carausius morosus pendurado num portão de garagem...

O que faz um Carausius morosus pendurado num portão de garagem como se fosse um graveto? Preso a um fio de teia de aranha!? O Venha Ventos tocou-o e o malandro baloiçava. Mas não havia vento... E quanto à teia... “Que coisa esquisita!”, pensou. Pegou nele e pousou-o no caminho. Ficou teso, o malandro, esticadinho, passando por morto ou por bocado de pau. Venha Ventos ainda acreditou que era resteva perdida mas esperou.


Como o raio do miúdo, que além de impertinente era teimoso como um burro, não despegava, Carausius morosus pensou, e bem, que o melhor era dar à sola, como diz o bicho-homem. E, acelerando, lá ia cantarolando a modos de disfarce: “Sou um pau! Sou um pau! Sou um pau!

Não era. Era um bicho-pau-indiano trazido da Índia pelo Ramchande.


(1. A propósito: a) «Carausius morosus» (Bicho-pau-indiano) - Wikipedia; e b) «Fotos de Bicho-Pau-Indiano (Carausius morosus)» - «in» BioDiversty4All»; 2. E, mais uma vez, «Bicho-pau» - Wikipedia; 3. Dicionário: a) «graveto»: fragmento de ramo de árvore; pedaço pequeno de madeira; e b) «resteva»: vegetação rasteira e seca; base dos cereais que fica presa aos terrenos de cultura depois da ceifa; restolho; 4. Nota: desenho a caneta de tinta Nankin e colorido digitalmente.)

No comments: