Monday, August 26, 2013

«São Tomé, Roça Nova Moka, 23 de Julho de 1885

Meu Caro Amigo Oliveira Júnior:

Apesar de estar tão longe e debaixo do Equador, não me esqueço dos amigos e por isso vou dar-lhe notícias minhas.

Aqui cheguei a 24 de Maio. Uma excelente viagem, isto é, para todos os que vinham a bordo, menos eu, que me senti sempre mais ou menos enjoado, com umas tonturas horríveis. (...)



Sou de V. Ex.ª
Amigo e Muito Obrigado
Do Adolpho Frederico Möller»


(1. A notícia: «No trilho dos naturalistas em São Tomé e Príncipe» - Público de 2013/08/19, com o documentário (em cima): «Terratreme e Universidade de Coimbra apresentam os trilhos de dois naturalistas que estiveram em São Tomé em 1885 e 1903»; 2. Reportagem do Público: «São Tomé e Príncipe, 130 anos de natureza numa semana»; 3. «O PÚBLICO esteve em São Tomé e Príncipe no âmbito do projecto "No trilho dos naturalistas", da Universidade de Coimbra, financiado pelo QREN/Ciência Viva, que envolve a produção de uma série de documentários sobre explorações botânicas às ex-colónias, do século XVIII ao século XX» - Ver Blogues do Público, «no trilho dos naturalistas».; 4. Biblioteca Digital de Botânica: «Möller, Adolfo Frederico 1842-1920» e «Henriques, Júlio Augusto, 1838-1928»; 5. «O último naturalista português»: «Jorge Paiva» (Jorge Américo Rodrigues de Paiva) - Centro de Ecologia Funcional)

Condolências de um Presidente

Zig e Zag falam das condolências do Presidente da República na morte dos bombeiros (cartoon):

















(1. A notícia: «Cavaco Silva enviou condolências em privado pela morte dos bombeiros» - Público de hoje; 2. A propósito: «Facebook» da Presidência da República; 3. Quando Cavaco Silva estava na ilha de S. Miguel, nos Açores, a cumprir uma promessa que tinha feito aos filhos e netos e sucedeu que José Saramago faleceu: «Saramago: Cavaco Silva diz ter cumprido obrigações como Presidente» - Público de 2010/06/20)

Nunca se deve descer umas escadas de mãos nos bolsos...

Zig fala da candidatura de Filipe Menezes à Câmara Municipal do Porto, no caso, o pagamento de despesas a uma idosa do Porto. Zag não tuge nem muge. (cartoon):

















(1. A notícia: «Justificação de Menezes para apoio a idosa do Porto gera contestação» - Público de hoje; 2. Recordando... Já não é a primeira vez que Filipe Menezes se envolve em polémicas e é sempre pelo Verão. Ora Vejam: «Um «blog» assessorado» ou a história de quando Filipe Menezes copiava (aqui, em 2007/08/22))

Thursday, August 22, 2013

Álvaro Cunhal, uma fotobiografia

Álvaro Cunhal: comunista, romancista, ensaísta, tradutor, pintor. 

«No ano em que se comemora o seu centenário, o PCP edita uma fotobiografia em que surge iconograficamente documentada a vida pessoal e política do homem que marcou a política portuguesa ao longo do século XX e cuja marca perdura para lá da sua morte, a 13 de Junho de 2005.» - Jornal Público de hoje. 

«A fotobiografia, editada pelas edições Avante, é lançada nesta quinta-feira no liceu Camões em Lisboa, às 18 horas, por Francisco Melo e com a presença de Jerónimo de Sousa, secretário-geral do PCP.» - Idem.


(1. A notícia: «Álvaro Cunhal, as fotos de uma vida» - Público de hoje; 2. «Álvaro Cunhal - Centenário»; 3. «Álvaro Cunhal (Uma vida dedicada aos trabalhadores e ao povo - Ao ideal e projecto comunistas» - Partido Comunista Português; 4. «Álvaro Cunhal» - Wikipedia; 5. Capa e desenho de Álvaro Cunhal para a 1.ª edição de Esteiros, de Soeiro Pereira Gomes. - d'outro tempo)

Tuesday, August 20, 2013

Andava Deus a aspirar a casa a um domingo à tarde...

Zig e Zag falam do desaparecimento da Via Láctea (cartoon):

















(1. A propósito: «Galáxias e Via Láctea» e «Buracos negros» - astronoo; 2. E na Wikipedia: «Via Láctea» e «Buraco negro»; 3. Já agora: «coisas de Deus» neste «blog»; 4. Nota: ideia do «cartoon» a partir de um programa do canal National Geographic de 2013/08/18.)

Monday, August 19, 2013

Friday, August 16, 2013

Deus tem a última palavra, o Diabo a penúltima e…

Jacques Vergès teve a antepenúltima.

Jacques Vergès, por ele próprio:

«Defender Saddam não é uma causa perdida. Defender o Presidente dos Estados Unidos (George W. Bush) é que é uma causa perdida.»

«O público é sempre rápido a dar o rótulo de 'monstro'. Mas os monstros não existem, tal como não existe o mal absoluto. Os meus clientes são seres humanos, pessoas com dois olhos, duas mãos, um género, e emoções. É isso que os torna tão sinistros.»

Zig e Zag falam da morte de Jacques Vergès, o advogado do Diabo (cartoon):

















(1. A notícia: «Morreu Jacques Vergès, o “advogado do Diabo”» - Público de hoje; 2. «Jacques Vergès» - Wikipedia; 3. «Coisas do diacho» e de «Deus» neste «blog»)

Wednesday, August 14, 2013

Um grande ladrão!

Era bom em tudo quanto fosse jogo. Ainda fedelho, no jogo das escondidas – tempos de nada que fazer que aproveitava para assaltar os quintais dos vizinhos. Já matulão, no jogo de mãos com que maravilhava garinas, justificando o nome de O Chouriço ou O Sovaqueiro por que ficou conhecido durante uns tempos. Logo aí se viciou no jogo do bicho e outros jogos até se fazer homem de barba rija, uma vida de amantes e pequena fortuna. Com o dom da palavra e tanta unha na palma progrediu e fez carreira na Bolsa, aí se reformando da velha vida. E é vê-lo agora pacato cidadão, fato e gravata e sapato a luzir, a passear mulher e filhos e o cão...

Foi vida em grande, em crescendo, apenas aqui e ali um deslize: vida cheia de aventuras de um grande ladrão, porém homem cotadíssimo!


(1. Dicionário: 

Fedelho: criança que ainda fede a cueiros; rapaz muito novo; criança.
Jogo das escondidas: brincadeira de crianças, em que todas menos uma se escondem para serem procuradas por esta.
Matulão e matulaz: vadio, matula; rapaz encorpado, forte; rapagão.
Jogo de mãos: sortes de prestidigitação.
Garina: chavala; rapariga; mulher jovem; namorada. «(…) Aí sim, dava mais trabalho mas tirava-se proveito. Aí os vampiros de Almirante Reis, de Chelas ou do Intendente podiam encontrar garinas a preceito: costureirinhas de boa-fé, adolescentes despassaradas, garotas de galderice – tudo material de bom alcance para converter aos lençóis da chamada má-vida que afinal ainda é a melhor desde que bem orientada por alguém de saber e de maneiras (…)» - José Cardoso Pires «in» A Cavalo no Diabo.
Carteirista: “Carteiro”, “choro” ou “chouriço, sovaqueiro
Jogo do bicho: espécie de lotaria clandestina.
Jogo de palavras: trocadilho; frase com ambiguidade de sentido ou que permite mais de um sentido.
Ter unha na palma (linguagem dos carteiristas): ter habilidade para “puxar” (com ch) o “cabedal” (carteira) do “porão” (bolso lateral de um casaco) com um “chino” (canivete) ou outro material cortante.
Jogo da Bolsa: transacções em fundos públicos.;

2. A propósito: «Uma viagem ao delirante mundo dos carteiristas» - Público de 2012/10/09:

«Estima-se que trabalhem em Lisboa 70 carteiristas profissionais, sendo que 20 deles são estrangeiros. Um texto que revela a linguagem usada pelos carteiristas.

A maior parte não consegue passar despercebida ao olhar dos agentes da Divisão de Segurança dos Transportes Públicos, polícias que dispensam diariamente atenção especial aos comboios suburbanos que servem a capital, à rede do metropolitano e a meia dúzia de carreiras de autocarros e eléctricos.

Foi o olho clínico de um agente de investigação criminal da PSP que, no dia 5, junto a uma paragem da carreira 28, na Avenida Infante D. Henrique permitiu a recaptura de um dos mais antigos “carteiros” da cidade.

“Carteiro”, “choro” ou “chouriço” são apenas três dos nomes dados aos carteiristas, classe de delinquentes que possui um dos mais ricos jargões. Não se sabe se o homem, de 55 anos, que a PSP prendeu no último feriado, estaria ou não a “trabalhar” ou a “praticar golfe”, que é como quem diz, na linguagem dos carteiristas, a furtar.

A verdade é que, mesmo não tendo sido notada a presença do “namorado” (um segundo carteirista que ajuda o companheiro durante os furtos), encontrava-se num dos pontos mais vigiados pela polícia. Quando lhe deram voz de prisão resignou-se. Estava evadido da cadeia desde 2010, altura em que foi condenado a cumprir seis meses de prisão em dias livres (cumpridos apenas aos fins-de-semana).

Para “chouriçar” os “carteiros” procuram as “montadas”. O mesmo quer dizer que para praticarem os melhores furtos os carteiristas tentam actuar nos grandes ajuntamentos (transportes públicos, entradas de monumentos ou edifícios muito movimentados, recintos desportivos).

Uma das zonas de Lisboa mais frequentadas pelos carteiristas é da Sé, um “fatio” (zona boa para roubar” sempre bem composta de “guiros” (turistas).

“Livros”, “chatas” ou “cabedais” são os nomes mais dados às carteiras pelos ladrões. Para se chegar às mesmas existem várias técnicas. Primeiro faz-se o “toque de guizo” – um dos “namorados” dá um encontrão na vítima tentando, despercebidamente, para localizar a carteira na respectiva peça de vestuário (no “justo”, se for um casaco, na “lima” ou “mimosa” se se tratar da camisa, nas “justas” se forem as calças).

Localizada a carteira passa-se à fase seguinte. Se estiver num sítio muito protegido a opção mais comum é a do empurrão, do aperto. A vítima é quase prensada (nos transportes) enquanto um “choro”, de “baios”, “drifes”, “bastos” ou “compridos” – nada mais nada menos que os dedos – saca a carteira de modo rápido e imperceptível. Roubada a carteira diz-se, também, ainda na linguagem usada pelos criminosos, que a mesma foi “puchada” (com ch e não com x).

Mas há técnicas mais apuradas, tal como a “sangria”. Se o “cabedal” se encontra no “porão” do “justo” (num bolso lateral de um casaco) e se o “chouriço” tiver “unha na palma”, que é como quem diz habilidade, entra em acção um “chino” (canivete) um bisturi ou até uma tesoura.

O fundo do casaco é cortado (“sangrado”) e a carteira cai direitinha nos “garfos” (nas mãos) de um dos ladrões.

Os carteiristas de Lisboa, que nas décadas de 1960 e 1970 tinha especial predilecção pelas canetas de marca que os homens usavam nos bolsos das camisas (diziam que iam às Rosa Negra – marca de uma camisa cara – quando com o auxílio de um jornal dobrado sacavam habilmente as canetas), socorrem-se muitas vezes das chamadas “muletas”.

A “muleta” não passa de um objecto que serve apenas para ajudar a consumar o furto ou dissimular o objecto furtado. Pode ser um jornal (“folhoso”) uma gabardina ou um chapéu-de-chuva.

Também há carteiristas que escondem o objecto dos furtos nos sovacos. A estes dá-se, com alguma lógica, a alcunha de “sovaqueiros”.

Não se pense, contudo, que os “carteiros” são uma espécie sedentária, que assenta arraiais na zona turística da cidade onde vive e raramente a abandona. Nada disso. A polícia tanto dá com eles nas carreiras 15 e 28 dos eléctricos de Lisboa, como dias depois os localiza nos grandes ajustamentos religiosos. E não é só em Fátima ou nas procissões de algumas cidades nortenhas que no Verão homenageiam a comunidade imigrante que os carteiristas são referenciados. É frequente vê-los noutros santuários (Lourdes, em França) e destinos religiosos (Santiago de Compostela, em Espanha) ou até no Vaticano.Por fim resta acrescentar que a “arte” de roubar carteiras não é um exclusivo dos homens. Em Fátima a polícia identifica com frequência grupos de quatro e cinco mulheres que, mais do que pela fé, são movidas pela gula de “chatas recheadas” (carteiras cheias) que muitas vezes até andam “espontadas”, que é como quem diz colocadas num bolso traseiro (“culatra”) das calças.

No primeiro semestre deste ano a PSP deteve 37 carteiristas só na cidade de Lisboa.»)

Saturday, August 10, 2013

Friday, August 09, 2013