“Um soldado pediu-me um cigarro, mas eu não tinha. Nunca fumei. Mas dei-lhe um cravo, que ele pôs no cano da espingarda. Um colega fez o mesmo, depois os outros imitaram-nos. Dei os cravos todos. Foi o dia mais feliz da minha vida. Foi muito bonito.” - Celeste Martins Caeiro, sobre o 25 de Abril de 1974.
Um golpe de estado de oficiais descontentes com a questão do "Ultramar" e com o objectivo de repor os direitos, liberdades e garantias, rapidamente transformou-se numa revolução popular. Esse período revolucionário, de grande idealismo, teve o seu término no dia 25 de Novembro de 1975. Quem o viveu nunca mais o esquece! Foi uma honra. Eu tinha 14 anos. Um irmão, 21.
Uma pintura sobre papel de prata foi objecto de censura. A cinco meses da liberdade. O “artista” tinha deixado de fazer desenhos perfeitinhos, realistas, e, vai daí, o censor, não gostando, rasgou-o em quatro. Nesses segundos, profundos, enfrentaram-se dois gigantes. Ambos mudos. Temendo-se. Só olhos nos olhos. Um, era eu.
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HOJE, O DIA, AO MINUTO: «Portugal comemora 50 anos da Revolução dos Cravos. Acompanhe ao minuto» - RTP
No vídeo (aos 3:01): a) “sorte”, no sentido de felicidade; b) Errata (aos 0:24): "Um golpe de estado de oficiais..." em vez de "Um golpe de estado de milicianos..." é o mais correcto.
(1. a) «Em 2024, celebramos 50xTodos. Participe. Todos são bem-vindos à festa.» - site dos 50 anos do 25 de Abril; b) «50 anos do 25 de Abril» - RTP; c) «Associação 25 de Abril»; e d) «Revolução de 25 de Abril de 1974» - Wikipedia; 2. A propósito: a) «Celeste Martins Caeiro» - Wikipedia; e b) A citação vem em «Revolução dos Cravos: história e tradições do 25 de abril» - Interflora)