Thursday, September 14, 2006

Histórias contadas pelo «Sezé da Loja», conterrâneo do «Nabiça»

«O Nabiça era da , neto do Cavalo. Embiesara-se com o Neca Preto vindo das então Prubíncias Ultramarinas, ex-colónias como lhe chamam agora. Rezingara-se com ele porque se armava amiúde em baril e metera-se d'amores por sua irmã Maria do Chuchu. «Micava-o muito bem, o que o gajo queria era reinar!» - dizia o Neca Preto ainda há pouco tempo. E vai daí, o Nabiça desatinou-se com a vida e passou a puxar da naifa à menor imbirrice. Meteu-se em atalhos, meandros duma vida danada!...

«Acabou por ter a bófia à perna. Sempre a fugir, acossado como ratazana, um dia um chibo deitou-lhe o olho à perna entregando o arruaceiro.

«Na choça, o Nabiça desfazia-se em mil saudades dos bons belhos tempos em que descia a Sé de papagaio de baixo do braço a armar ao esticadinho, ora assobiando às garinas, ora chutando no cú dos chavalos, ou então batendo aqui e ali uma vermelhinha... e quando não tinha nada p'ra fazer passava as tardes na alcoba da Maria dos Arranjos...

«Enfim, fora-se tudo na lebada do rio da vida por causa de uma canalhice!...»

(12/04/1989)

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