Saturday, July 06, 2019

O dia 2 do Caso de Alcochete - Uma instrução musculada

Ao minuto: 


18h05: "Meus senhores, está encerrada a sessão. Acabaram-se os coffe break. Conto convosco dia 10, com o debate instrutório.", anuncia Carlos Delca.

18h01: Nanciolindo: "Havia malta a correr de um lado para o outro e à saída vi uma carrinha da GNR. Pensei que era um simulacro de qualquer coisa que não sabia o que era e por isso não estranhei as pessoas que iam de cabeça tapada."

17h58: Nanciolindo conta uma segunda anedota, no estilo da anterior. São os segundos risos do dia.

17h55: Fala agora Nanciolindo. Para desanuviar o ambiente conta a anedota do padre e da parábola do almoço com camarões e santolas numa missa de sétimo dia. São os primeiros risos do dia.

17h50: Recomeça a sessão. Bruno de Carvalho já não regressa porque teve um chilique.

17h35: Bruno de Carvalho deixa o tribunal e segue acompanhado do musculado Popeye.

Bruno de Carvalho e Popeye



















Coffe break



17h31: Bruno de Carvalho sai da sala e cumprimenta um a um os jornalistas do Correio da Manhã TV.

17h27: Nicodemus, elemento da Juve Leo, sentiu-se mal. Sente-se um cheiro estranho na sala de audiências e teve de sair.

17h17: Carlos Vieira, antigo ‘vice’ de Bruno de Carvalho para a área financeira, sobre as reuniões no clube nos dias que antecederam o ataque a Alcochete: "Bruno de Carvalho disse-me: 'A minha vontade é dar um chuto no rabo de alguns, incluindo o treinador, só não o faço porque tenho medo que gostem.'"

17h08: Bruno de Carvalho e Cândida Vilar trocam palavras. "Sou magistrada, sou mulher e sou livre", diz a procuradora. "Segurem-me! Segurem-me! Que me vou a ela!", responde Bruno de Carvalho aos gritos.

16h47: É agora a vez de ser ouvido o ex-vice-presidente Carlos Vieira que diz que à hora do ataque estava na Casinha das Necessidades. Instado a esclarecer que Casinha era essa, respondeu: "Era onde estava a cagar."

16h40: José Ribeiro termina a sua audição e sai da sala, sem antes dar um "toma lá mais cinco" a Bruno de Carvalho, que este agradece com um: "Perfeito!"

16h38: Segundo o 'Cabeça de Abóbora' José Ribeiro, Jesus não queria Bruno de Carvalho na Academia porque temia que os jogadores em resultado das agressões espetassem com um malho na cabeça do Presidente e isso seria mais uma chatice.

Cândida Vilar exalta-se com José Ribeiro por este chamar funcionário a Jorge Jesus: "Não é funcionário, é veterinário, digo, treinador. O Cristiano também é funcionário da Juventus e é o melhor jogador do mundo. Percebeu? Ó sua Cabeça de Abóbora!"

16h36: José Ribeiro: "O funcionário Jesus portava-se como se fosse o presidente. Menos no português."

16h32: José Ribeiro, ex-assessor do Sporting na área da comunicação, sobre a reunião em Alvalade a 15 de Maio, dia da invasão: "Fomos avisar o Presidente. O Presidente sentiu-se mal e tivemos que lhe dar sais para o reanimar."

16h16: Bruno de Carvalho: "O funcionário Jesus sabia que ia ser despedido. Mudou o treino da manhã para a tarde à espera do que dissessem os advogados do clube sobre a sua ruptura contratual. Foi ele que promoveu a sedição dos jogadores com o clube e o seu Presidente. Uma espécie de Puigdemont."

16h11: Bruno de Carvalho: "Foi comunicado ao funcionário Jesus que o seu perfil estava ao nível de um treinador dos Passarinhos da Ribeira, mas isso não significava que entrasse de férias logo no dia seguinte."

16h09: Bruno de Carvalho: "O funcionário Jesus tinha o complexo não-resolvido de querer ser Presidente."

16h02: Bruno de Carvalho: "Entrava-se na Academia quando não estavam a decorrer quaisquer treinos, como aniversários, festas de Natal, bacanais, digo, carnavais, coisas assim... Era a regra. Quem às vezes furava a regra era o funcionário Jesus."

15h47: Bruno de Carvalho: "Nunca disse ao Mustafá 'façam o que quiserem aos jogadores', o que eu disse foi 'façam o que quiserem ao bacalhau' e referia-me ao Bacalhau com Todos e ao Bacalhau à Zé do Pipo. Como gosto de bacalhau feito de qualquer maneira, era-me indiferente."

15h38: Questionado por Miguel Coutinho, advogado do Sporting, sobre o processo disciplinar que na altura instaurou aos jogadores e o post no Facebook, Bruno de Carvalho explica-se: "Sofri muito com isso. Como só um pai sofre ao querer o bem dos filhos."

15h30: Bruno de Carvalho frisa que na reunião na Casinha "nunca ninguém falou de uma visita a Alcochete." "Nessa reunião apenas se falou de Bacalhau com Todos e Bacalhau à Zé do Pipo."

15h02: "E profissão?", pergunta o juiz a Bruno de Carvalho. "Actualmente estou a viver da caridade. Antes era presidente do Sporting Clube de Portugal."

14h59: Bruno de Carvalho está a ser identificado e diz ao juiz Carlos Delca: "Nasci na Província de Moçambique."

14h51: O juiz Carlos Delca entra na sala. Tem a dignidade dum Panoramix, só que todo vestido de preto.

14h43: Há polícias a pontapés. Não estivessem fardados nem se distinguiriam dos arguidos.

14h36: Os cerca de vinte arguidos da Juventude entram, uma vez mais, algemados. Mustafá, líder da Juveo Leo, joga aos restantes arguidos um leão de peluche que vai saltando pelo ar de mão em mão.



13h49: A PSP detém uma pessoa por posse de um very-light. O pseudo-manifestante é levado em seguida para o interior do tribunal.

13h34: À entrada do edifício A do Campus da Justiça juntam-se familiares dos arguidos e apoiantes de Bruno de Carvalho numa alegre peladinha que terminou num empate.

13h15: Uma dezena de apoiantes junta-se a Bruno de Carvalho, entre os quais o musculado Popeye.



12h12: Lunch break



11h50: Uma das testemunhas de Nicodemus garantiu ao juiz que era normal os "Prontos p'rá Batatada" darem apoio à equipa, como jogar às cartas com os jogadores ou beber uns copos.

11h36: Mustafá chega finalmente. Ao juiz Carlos Delca disse que era incapaz de agredir jogadores, porque é gente que trabalha.

11h32: Nicodemus revelou que fazia parte de um grupo WhatsApp chamado "Prontos p'rá Batatada" mas que eram de falar pouco.

11h28: Nicodemus, elemento da Juve Leo, cita de memória a frase que ouviu de um Jorge Jesus desorientado: "O treinador tem de ver coisas que mais ninguém vê."

11h11: O juiz quer saber onde está Mustafá. Um agente da PSP explica que ainda se encontra no estabelecimento prisional a treinar halteres.

11h00: Arranca finalmente o julgamento e Carlos Delca, o juiz que lidera a instrução, repreende um arguido que se entretém a pontapear uma bola de papel.

10h20: Segundo dia da fase de instrução. Há polícias a dar com pau na sala de audiências no Campus de Justiça. Dos 44 acusados cerca de 20 encontram-se na sala e o ambiente é futebolístico.



(1. A notícia: «O dia 2 do Caso de Alcochete: os 500 mil euros oferecidos aos jogadores, um detido, duas más disposições e o “funcionário Jorge Jesus”» - Tribuna Expresso de 2019/07/03; 2. A propósito: o musculado «Popeye»; 3. Nota: composição a partir de imagens disponíveis nos "sites" referidos.)

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