Friday, January 05, 2024

CTT, Parpública e compra de acções

O país privatizou mal(*), não só empresas lucrativas como empresas com forte ligação ao cidadão, dificultando-lhe a vida ao fornecer um pior serviço (e mais distante), num sector de monopólio, sem concorrência, que dava dividendos orçamentais.

Em 2013 fecharam-se 124 estações dos CTT em contrapartida da abertura de 78 novos postos(**). A maioria dos serviços postais ficou a cargo de empresas privadas que se dedicam a outros negócios.

Só por milagre não se voltou aos velhos tempos do far-west em que a correspondência era distribuída no saloon, boca-a-boca, por entre copos e tiros.


Na verdade, a qualidade do serviço postal, desde que foi privatizado, tem vindo a degradar-se.

O mais que disserem são balelas.


((*) Os Correios foram privatizados em Dezembro de 2013 pelo Executivo de Pedro Passos Coelho na sequência do memorando da "troika"; (**) «CTT de Portugal e o regresso do velho saloon!» - neste «blog» em 2013/06/12; 1. Fica aqui, para reflexão, o que disse Pedro Nuno Santos em 2020/03/12: «Intervenção do Ministro das Infraestruturas e da Habitação na interpelação ao Governo sobre «A crise no serviço postal e a recuperação do controlo público dos CTT»»; 2. A notícia que agora faz furor: a) «Parpública comprou cerca de 0,25% das ações dos CTT» - CNN Portugal de 2024/01/03; b) «Parpública só podia comprar até 1,95% dos CTT, ficando fora dos radares. Adquiriu 0,24% e ordem cessou em 2022» - Observador, mesma data; e c) «Estado quis ter 13% dos CTT, mas acabou por ficar só com 0,24% e João Leão pediu segredo sobre a operação» - Expresso, mesma data.)

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