«"Peço desculpa aos portugueses"», titula o Jornal de Notícias de hoje. Vem isto a propósito da «justificação ontem apresentada pelo primeiro-ministro para o facto de ter fumado no avião fretado para levar a sua comitiva até à Venezuela.» É que, cita o jornal, «"a ignorância ou má interpretação da lei não justifica a falta do seu cumprimento, nem isenta as pessoas das sanções nela estabelecidas".»
Do Gabinete do Primeiro-Ministro chegou o seguinte comunicado:
«1. O Primeiro-Ministro de Portugal confessa que desconhecia a lei anti-tabacada.
2. Reconhece também que deve ser o primeiro a dar o exemplo, isto para bater a bota com a perdigota, e que se tratou de uma «leviandade revolucionária» proporcionada pela eminência do encontro com Hugo Chávez.
3. Se o Bill Clinton tinha um gato preto e branco – o Socks – o Primeiro-Ministro tem por vício e companhia o tabaquito – marca Pirex -, o que é humano e perfeitamente compreensível.
4. Pelo sucedido pede desculpa a todos e, se preciso for, a substituição da multa por prestação de serviço gratuito à comunidade, como a recolha de todas as baronas que andam aí pelo chão, em dia de fim-de-semana a designar (de preferência um domingo de manhã, depois da malta toda ter saído das discotecas, que é p’rá coisa ser no duro).
5. Por último, o Primeiro-Ministro lembra que se fosse um charrito ou coisa p’rás veias era bem pior!»
«Despacho: à Comunicação Social, com cópia ao Ministro do Ambiente e aos Serviços da Protecção Civil (alerta laranja, tendo em conta de que está em causa material em estado eventualmente incandescente).»
(A notícia)