Fruto da sua traquinice Sabidão deu uma valente torcedela no pescoço e andava de abat jour. Uma vergonha para um cão de raça, coisa que – vá-se lá saber porquê? – não acontece a rafeiro.
Lá ia ele, de trela longa, passeio fora cheirando pedras e cantos, com a amplitude visual limitada, é certo, mal orientando o capacete de plástico preso na pescoceira.
Tac… Tac… Tac… e TRÁS!, contra um poste que sinalizava prioridade a deficientes:
“Porra! Quem é que pôs aqui o poste?”
Tac… Tac… Tac… e TRÁS!, contra um sinal de trânsito:
“Porra! Quem é que pôs aqui o poste?”
Tac… Tac… Tac… e TRÁS!, contra um poste de iluminação pública:
“Porra! Quem é que pôs aqui o poste?”
Tac… Tac… Tac… e TRÁS!, contra as pernas de uma senhora, foguete nas meias, pedido de desculpas:
“Porra! Quem é que pôs aqui o poste?”
Tac… Tac… Tac… e TRÁS!, contra uma coluna de um prédio:
“Porra! Quem é que pôs aqui o poste?”
A dona: “Não te excites!”
Tac… Tac… Tac… e TRÁS!...
(1. A propósito: «Pipocas O Cão Sabidão», revista O Falcão, n.º 15, 1959/03/26; 2. Nota: composição com recurso a imagens disponíveis na Web.)
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