Monday, August 04, 2014

Em caso de agressividade dos indígenas regressar, de imediato, ao cubo!



«Dia 21. Quatro da manhã. Ainda estou acordado. De repente, fui distraído por algo que se passava lá fora, vindo dos quintais, nas traseiras da casa: um estremecimento – som de restolho, que não havia, levado por vento súbito – que tal como veio logo se foi, caindo o silêncio; nem animal se ouviu. Pela janela fui então testemunha de um espectáculo deslumbrante que passo a descrever e se me perguntarem há quanto tempo “aquilo” ali estava afianço-vos que não sei responder:

As naves, brancas, não muito luminosas, baças até, são às dezenas e parecem cair como lágrimas, suavemente, dum enorme cubo de uma beleza indescritível: um espaço cheio de ocres vermelhos e verdes azulados, que alternam entre si espaçadamente, com uma espiral ao centro e dentro desta um astro gigantesco, de um verde-claro, luminescente. Perante a desproporção de tamanhos é difícil calcular as dimensões e distância a que estão estes estranhos objectos. Enquanto me extasio diante do espectáculo prodigioso – que durou no total uns três minutos, se tanto –, um zunido estranho quebrou novamente o silêncio da noite e pude ver que desta feita as naves invertiam a marcha e recolhiam àquele universo paralelo (se assim se pode chamar), velozes desta vez, perdendo-se dentro dele, enquanto as luzes ocres vermelhas e verde-azuladas bailavam precipitadamente dando a impressão de que o cubo girava sobre si; e vi-o depois a desfalecer-lhe as cores; não saindo do lugar – ou assim parecia – foi perdendo tamanho e ganhando uma luz dourada, que era cada vez mais intensa, tomando uma forma ligeiramente oblonga, até se tornar do tamanho de metade da Lua quando cheia; subitamente, e sem sair do lugar – ou assim parecia, como disse –, reduziu-se a um ponto de luz e lançou-se vertiginosamente no céu abrindo aquilo que parecia duas asas laterais – da mesma luz dourada –, como se fosse o traço de um cometa, que não era, em direcção às estrelas, perdendo-se nelas: e, aqui, foi o tempo de um pestanejar de olhos.» - Diário de Dan Dare.


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(1. A propósito: «Universo paralelo (ficção)» - Wikipedia; 2. Quando o Zig viajou numa bolha de sabão pelo lavatório abaixo (neste «blog»); 3. Aqui pode ver Dan Dare (coronel das forças intersiderais da ONU), que não é o desta história, e ver o seu principal inimigo, o terrível e manhoso venusiano Mekon, bem como recordar a Revista O Falcão, (1.ª série - 82 números):  a) «Heróis Inesquecíveis (18) - Dan Dare» - «in» BDBD - Blogue de Banda Desenhada; b) «baú das revistas: O Falcão» - «in» colecionador de bd; c) «O Falcão - série I - Nº 1» - «in» Mania dos Quadradinhos)

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