Saturday, January 30, 2016

Narigudos da Indonésia - E o (esboço do) Orçamento de Estado português para 2016

Damos à escolha.
Qual deles preferem?


















(1. As notícias: «Governo e Bruxelas: perdidos na tradução?» - Público de hoje e «Vice-presidente da Comissão diz que rejeição do OE depende da "resposta" do Governo» - Idem, de ontem; 2. Composição, em cima, com recurso a imagens disponíveis na Web.)

Narigudo da Indonésia - II















«Post» antecedente: «Narigudo da Indonésia - I»


(1. «Macaco-narigudo» - Wikipedia; 2. Dicionário: a) narigudo: que tem nariz grande; b) "de truz", magnífico; de primeira ordem (sentido familiar); c) pomada: aqui, no sentido de bom vinho (como são os vinhos portugueses); 3. Composição, em cima, a partir de imagens disponíveis na Web.)

Narigudo da Indonésia - I















«Post» seguinte: «Narigudo da Indonésia - II»


(1. «Macaco-narigudo» - Wikipedia; 2. Dicionário: a) narigudo: que tem nariz grande; 3. Composição, em cima, a partir de imagens disponíveis na Web.)

Friday, January 29, 2016

O faroleiro

Cornecho também teria gostado de saber geometria mas isso fica para os vigilantes dos faróis…

Farol! Farol!
Que guarda um faroleiro.
Aqui nada acontece
Só este luzeiro.
Com mil cabrestantes,
Que raio de emprego!

Tanto céu
Tanto mar
E sem poder navegar…
Onde está o sextante?
Diz-me tu, ó musa!
O que é isso do quadrado da hipotenusa?

Tanto mar
Tanto céu
Por acaso agora até ia um toucinho-do-céu…
Há que levantar
Ir lavar a cara
Dar corda ao farol.


(1. «(…) Cornecho gostava de falar latim mas não precisava dele para nada, os sacristães não têm de ter demasiadas necessidades nem caprichos caros porque para o seu ofício basta a humilde paciência e a resignação, os sacristães devem ser bem conformados e de natureza sóbria, Cornecho também teria gostado de saber geometria mas isso fica para os vigilantes dos faróis, para os poetas e para os músicos de precursão e de sopro, os de cordas deixam-se levar mais pelo instinto porque a mão segue sozinha, a padroeira dos músicos é a Santa Icía a quem martirizaram de uma maneira muito desconsiderada, o verdugo não lhe acertara bem e deu-lhe os três golpes de espada que a lei permitia (…)» - Madeira de Buxo (Madera de Boj, 1999), de Camilo José Cela;

2. «Sacristães vs. Sacristãos» (no texto em cima) – Ciberdúvidas da Língua Portuguesa;

3. Dicionário e geometria: a) farol: torre ou qualquer construção elevada ao sopé do mar, em cuja parte mais alta se instala um foco luminoso ou facho, para que o vejam de longe os navegantes e lhes indique a paragem, a entrada do porto ou os rochedos, escolhos, etc., da costa que devem evitar; b) luzeiro: aquilo que espalha ou irradia luz; clarão, brilho; c) “com mil cabrestantes!”: expressão típica de um lobo-do-mar (marinheiro velho e experimentado nas lides do mar); e “cabrestante”: sarilho de cilindro vertical que, a bordo de navios, serve especialmente para, por meio de alavancas, exercer tracções em sentido horizontal; veio que se move horizontalmente sobre si e no qual se envolve a amarra da âncora quando se eleva; d) sextante (termo náutico): goniómetro de mão, insensível à instabilidade de plataforma, destinado a ser especialmente empregado entre os pontos da esfera celeste, entre estes e o horizonte ou entre pontos da superfície da Terra, baseado essencialmente no princípio da reflexão dupla; e) Musa: fonte de inspiração de um poeta; mulher que inspira um poeta; f) o teorema de Pitágoras: o quadrado da hipotenusa é igual à soma do quadrado dos catetos; g) toucinho-do-céu: nome de certo doce fino em que entram ovos e açúcar – de comer e chorar por mais!)

Thursday, January 14, 2016

O fantasma de Rosa Bugairido

«(…) Rosa Bugairido suicidou-se atirando-se ao mar, quando ia no ar nem lhe deu tempo para pensar em nada porque os ouvidos começaram-lhe a zumbir, isto não é mais do que uma suposição, todos nós gostaríamos de conhecer o mistério da morte, o que se passa é que Deus é muito calado e não costuma dizer as coisas aos homens, provavelmente é isto que é o livre arbítrio e todos nós nos queimamos com a dúvida como um prego a arder (…), o meu tio Knut Skien caça o rorqual com artes antigas e faz experiências de física recreativa queimando fósforos debaixo de água.» - Madeira de Buxo (Madera de Boj, 1999), de Camilo José Cela.

É o fantasma de Rosa Bugairido, que agora aparece vestida de noiva.



Rosa Bugairido suicidou-se, já se sabe, e o Marreco abandonou a casa, anda a passear pelo mundo e nunca mais foi o mesmo, não tem descanso, constantemente vê Rosa Bugairido, quer dizer, o seu fantasma, a última vez que a viu estava vestida de noiva mas ninguém acreditou, disseram que era coisa da imaginação, remorsos, o que explicava tudo, mas o Marreco não desistiu e provou que tinha razão, aí estava, em papel, o fantasma de Bugairido, vestida de noiva como no dia do seu casamento, a coisa bate certo, pois é verdade que alguns mortos, e sendo mulheres ainda mais, são muito sentimentais. (segundo o Livro de Estilo de Camilo José Cela)


(1. Pormenores do suicídio de «Rosa Bugairido» (neste «blog»); 2. «Camilo José Cela» - Wikipedia)

Tuesday, January 12, 2016

Luce Pyropum
























(1. «Piropo é liga de cobre e galanteio. Mas não é ordinarice» - Expresso de 2016/01/07: «Noutros tempos, o piropo agradecia-se, a ordinarice tratava-se à bengalada»; 2. A propósito: «Eugene de Blaas» (The Flirt) - Wikipedia; 3. E o dicionário: a) piropo: galanteio; do grego purôpós, -ón, inflamado, em chamas; b) piropo: a cor do fogo; liga de quatro partes de cobre e uma de ouro, usada pelos Antigos; variedade de pedra preciosa de tom avermelhado; c) "luce pyropum" (Benito Arias Montano (1569)), no artigo acima citado: "bochechas rosadas, fantástico olhar cor de leite, estrelada luz de rubi".)