Conheço um tipo que pegou nos bens da família e doou-os a um museu no fundo do mar. A ideia era que os herdeiros pegassem em barbatanas e o fossem visitar e não se pusessem em desacordo em vida. Uns morreram prematuramente e os que ficaram nunca lá foram. De uma forma ou de outra todos acabaram deserdados. Quanto ao museu ficou esquecido no fundo do mar e só de tempos a tempos uns mergulhadores lá vão mas para o surripiar. Do dador, que já abalou deste mundo, ninguém fala e do tesouro apenas dizem que é louça da Companhia das Índias e que o melhor é que lá fique.
Os únicos residentes de que se tem conhecimento são hoje fantasmas de gelo - os marinheiros -, um gato, um cachorro Terra Nova chamado Neptuno e um macaco de nome Jack, também eles fantasmas. O museu, segundo a vontade do Destino, foi inaugurado a 12 de Setembro de 1846 e 129 marinheiros da Marinha Real Britânica pereceram no mar gélido, felizes e indiferentes à morte enquanto o museu afundava, a tocar gaita de foles (2).
Juntaram-se-lhe recentemente aqueles bens de família.
(1. Imagem retirada do vídeo "Parks Canada Guided Tour Inside HMS Terror" (2'46''), a partir do artigo «The H.M.S. Terror Sank in the 1840s. See What It Looks Like Now.» - New York Times de 2019/08/30; 2. Paródia a Madeira de Buxo (Madera de Boj (1999)), de «Camilo José Cela» - Wikipedia.)
Os únicos residentes de que se tem conhecimento são hoje fantasmas de gelo - os marinheiros -, um gato, um cachorro Terra Nova chamado Neptuno e um macaco de nome Jack, também eles fantasmas. O museu, segundo a vontade do Destino, foi inaugurado a 12 de Setembro de 1846 e 129 marinheiros da Marinha Real Britânica pereceram no mar gélido, felizes e indiferentes à morte enquanto o museu afundava, a tocar gaita de foles (2).
Juntaram-se-lhe recentemente aqueles bens de família.
(1. Imagem retirada do vídeo "Parks Canada Guided Tour Inside HMS Terror" (2'46''), a partir do artigo «The H.M.S. Terror Sank in the 1840s. See What It Looks Like Now.» - New York Times de 2019/08/30; 2. Paródia a Madeira de Buxo (Madera de Boj (1999)), de «Camilo José Cela» - Wikipedia.)
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