Há quem lhe chame "o grande demagogo". Camilo José Cela, em Madeira de Buxo, chama-lhe "o do meio" - parceiro d'o fura-bolos (indicador) e d'o mata-piolhos (polegar). O do meio, esticado e apontado para cima, é o pénis e os dedos ao lado, recolhidos, são os testículos - e quando assim é, é "o dedo indecente", o impúdico, digitus impudicus para os romanos. É um gesto usual e silencioso de condutores de má catadura. Tipicamente masculino e por cá muito usado. É o que é. Ora sendo um gesto deste calibre não é habitual que seja uma mulher a fazê-lo.
Aconteceu numa das sessões da Comissão Parlamentar de Inquérito à tutela política da gestão da TAP, aquela comissão em que se falou mais de chapadas, chiliques, senhoras refugiadas numa casa-de-banho, uso de uma bicicleta como arma, formatação de um telemóvel por distração, rapinanço de um computador e intervenção das secretas, diga-se a bem, para pôr o menino rebelde na ordem, do que da TAP, e o que espanta é o movimento dos dedos da senhora que está por trás dos deputados a debitar no portátil os acontecimentos, numa postura estranha, mais de macho latino, obscena dirão alguns, banal dirão outros, mas com certeza sem intenção por ser coisa de há muito interiorizada.
Ora vejam: