O que mais admira nos filmes americanos, principalmente nos de aventuras, é o sentido de humor que os personagens têm quando se encontram em situações de desgraça ou perigo.
Tudo começa com a viagem de quatro heróis num helicóptero-calhambeque, com o Pacífico à direita e o Pacífico à esquerda, em busca da Ilha Misteriosa, onde ninguém quer ir, a não ser que seja louco ou aventureiro.
A viagem, mais abanão, menos abanão, mais porca, menos porca, com gargalhadas à mistura, prosseguiu até entrarem no olho do furacão, e aí o “calhambeque” pôs-se aos trambolhões e desfez-se em cacos – e lá se foi o “Visitas de Luxo”.
Desafiando as leis da física e da sobrevivência, acordaram os quatro sem um arranhão na Ilha Misteriosa, mas um, que era o mais tosco – Gabato Laguatan –, ainda deitado na areia e vendo em frente um pé sem corpo, pôs-se a gritar que nem um desalmado:
“SOCORRO! SOCORRO! Estou partido ao meio! E o meu pé mexe!”
Correram para ele, aflitos, os outros três sobreviventes – Kailani Laguatan, filha do Gabato, o rapaz Sean Anderson e o seu padrasto Hank Parsons:
“Descansa. Estás só meio enterrado” – disse um deles.
E o tosco, tal como o paralítico dos evangelhos, sem mais considerações filosóficas levantou-se (sacudiu a areia) e andou.
Assim começa verdadeiramente a saga na Ilha Misteriosa, onde os quatro vão encontrar Alexander Anderson, avô do Sean, um elefante do tamanho de um gato, e muitos, muitos, gigantes.
2. Nota 1: para maior eficácia de “gritou que nem um desalmado” e “correram para ele os outros três sobreviventes”, juntaram-se num só dois “frames” do filme; Nota 2: o diálogo original é, aproximadamente, o reproduzido na imagem; e Nota 3: o texto é uma criação livre que mantém, no essencial, a história.)