O jogo consistia numa roda em que tanto podia sair o leão, o jacaré, a zebra, o ginete... ou outro animal qualquer... para gozo de uma plateia. Mas tudo animais a fingir.
O único que era de carne e osso e pêlo nas ventas e dava sorte era o rato. Caso saísse à terceira jogada, o jogador levava um prémio.
O dono do jogo, lavrador semianalfabeto, arranjou um rato de bueiro, de tal sorte - ou tão má sorte! - que o rato todo esganadinho de fome saiu logo à segunda à caça de comida e, logo a caçando, pôs-se moribundo.
Alto lá! Rato já era e... prémio nada! Que fazer? - pensou. A solução era escrevinhar o nome de um animal num papel e sorteá-lo entre os presentes, se quisessem levar o tão desejado prémio: um pata-negra!
Zé das Tocas, também conhecido por Zé Finório, que estava num ponto elevado do quinteiro, viu que o nome começava por «A» e, sem mais ver, passou a palavra baixinho:
«É o A! O animal é a águia!»
Na esperança que o prémio não saísse à casa todos gritaram:
- A de águia!
Mas o homem - comerciante e inventor de jogos de sorte e azar nas horas vagas e que era bem melhor na arte dos números do que na arte das letras! - logo os desiludiu:
- Não é, não! - e virando o papel para os presentes: - É A de alifante!
(Curiosidades: 1. Jogo do bicho - Wikipedia; 2. Jogos tradicionais portugueses - Prof.ª Paula Perna)
(Blogalaxia tags: humor)
No comments:
Post a Comment