bocas gulosas já o sonhavam no espeto, a dar uns retoques, a aloirar mais um pouco, a apimentar. Mas Pica-no-Chão, pernas para que te quero! Se pensavam que iam fazer dele barbaridade no prato estavam muito enganados! Foi-se a bom correr. O que até faz bem à saúde.
Galo que é galo não acaba no prato, procria, morre de velho. E também não serve para ponto-de-cruz. Isso é coisa de maricas, de frango de aviário!
(1. A propósito: «Galo» - Wikipedia; 2. E o poema:
«Perdigão perdeu a pena
Perdigão perdeu a pena
Não há mal que lhe não venha.
Perdigão que o pensamento
Subiu a um alto lugar,
Perde a pena do voar,
Ganha a pena do tormento.
Não tem no ar nem no vento
Asas com que se sustenha:
Não há mal que lhe não venha.
Quis voar a uma alta torre,
Mas achou-se desasado;
E, vendo-se depenado,
De puro penado morre.
Se a queixumes se socorre,
Lança no fogo mais lenha:
Não há mal que lhe não venha.»
«Luís de Camões» (c. 1524-1580) - Wikipedia; 3. Composição, em cima, a partir de imagens disponíveis na Web)
No comments:
Post a Comment