Wednesday, March 16, 2022

Pi e a pergunta “Qual é a densidade do núcleo de Marte?”

No dia 14 de Março celebrou-se o dia do número Pi (3,1415…) e a NASA fazendo-se eco deste dia propôs o seguinte exercício:

«1. Se o núcleo de Marte tem uma massa de 1,54 x 10 elevado a 23 kg e um raio de 1.830 km, conforme medido pelo InSight, qual é a densidade do núcleo?

2. Como isso se compara à densidade do núcleo da Terra, que varia de 10 a 13 g/cm cúbicos?

3. O que isso nos diz sobre a composição do núcleo de Marte?»

Aqui ficam as respostas:

Na habitual paragem de autocarro, Zig e Zag não se furtaram ao problema, ainda que Zag reclamasse que precisava de uma calculadora científica!


(O “link” da solução.)

Monday, March 14, 2022

Quem precisa de Pi? Ou de uma calculadora científica?

Zig e Zag falam do dia 14 de Março, ou seja, do dia do Pi (3,1415...) (cartoon):





(1. Dia do Pi e o enigma: a) «Quem precisa de Pi?» - NASA; b) «Enigma central: um desafio de matemática 'Pi no céu'» - Idem; c) «Pi» - Wikipedia; 2. Ajudas da matemática: a) «Como Calcular Massa» -  wikiHow; b) «Como Calcular o Volume de uma Esfera» (Volume da esfera = (4/3) x Pi x r elevado ao cubo) - Idem; c) «Como Calcular Volume e Densidade» (Densidade (p) = M/V) - Idem)

Sunday, March 13, 2022

A vinheta e o balão



(E por falar em balões e a forma de comunicação da «banda desenhada» (por Sandra Barbosa).)

Festival RTP da Canção 2022 - Ia a votação no adro...

Apesar do fatalismo e melancolia típicas dos portugueses, de que a saudade é um exemplo, a música que ganhou até que nem é de deitar ao gato... Mas só ao gato!

Votação do Júri


(«MARO ganha o Festival da Canção com saudade, saudade» (e aqui a canção) - Público (ípsilon) de 13 de Março de 2022, 0:30)

Friday, March 11, 2022

Nas folhas dos jornais que estavam a calafetar as portas da casa dos Castelares...

Este texto faz parte de uma versão mais completa de “Nas folhas dos jornais que estavam a calafetar as portas da casa dos Castelares para que não entrassem as baratas estavam...”. O livro de estilo é o de Camilo José Cela. Aqui fica a segunda parte, sujeita a revisão quando se juntarem as partes.

II

Nas folhas dos jornais que estavam a calafetar as portas da casa dos Castelares para que não entrassem as baratas estavam, entre outros anúncios, pasta medicinal couto, há um século a cuidar da sua boca, petinga, Ala Arriba, sardinella longiceps (70%), óleo vegetal (29%), piri-piri e sal, e, como não podia deixar de ser, o desbaratizante matabarata, mata também ácaros, piolho da criança e pulga do gato, é um erro dar banho aos gatos, escreve na sua crónica semanal dona Caralhuda de Valadouro, Carmela Conacha Brava discorda, mais sobre estas senhoras nas pp. 10, 110 e 152 de A Cruz de Santo André, 1994, Camilo José Cela, 2003 Bibliotex Editor, para o Diário de Notícias, as baratas há quem as coma, também há quem coma a Caralhuda e a Conacha, mas isso são outras histórias, continuando, chineses, coreanos, e coreanos também são os portugueses que vendem em Porriño, vem n'A Cruz de Santo André, p. 130, edição já citada, e ainda tailandeses são grandes apreciadores de baratas, quando fritas é de comer e chorar por mais, uma barata bem preparada deve ficar estaladiça como o leitão da Bairrada.

Não hei-de morrer sem degustar uma barata com 320 milhões de anos, disse a Carmela Conacha Brava, mas caso aqui o primo da Caralhuda de Valadouro carregue no botão nuclear e nos mande a todos para os anjinhos pode bem acontecer que venhamos a ser pasto e repasto de uma, de modo que o melhor é esquecer o fóssil e berrar abaixo as baratas!, abaixo barata-americana, barata-alemã, barata-australiana, barata-oriental, barata-de-Madagáscar!, abaixo barata marrom fuligem ou negra ou barata verde e amarela, cor de bandeira!, baratas só mesmo com matabarata em cima do lombo, e o mesmo para as centopeias.

Baratas no Parlamento levam à suspensão da comissão de Trabalho, isto foi título de imprensa em 17 de Maio de 2018, já ninguém se lembra mas na altura deu muito que rir, a Carmela Conacha Brava acha que o amor devia ser explicado nas escolas através de circuitos electrónicos, com contadores e flip-flops.

Não foi a 17 mas sim a 13 de Maio de 1917, pastoreavam na serra d’Aire três pastorinhos quando relampejando lhes apareceu por cima de uma pequena azinheira uma rapariga com um metro e dez de altura, de uma beleza nunca vista e alva como uma nuvem, unia-se por um feixe de luz a uma nave que depois partiu vertiginosamente com a imagem dentro, sobre estes factos dona Caralhuda de Valadouro acha que se trata do comandante Dan Dare, vem no Falcão, formato grande, saíram 82 números, e que o holograma teve por finalidade fazer crer aos pastorinhos que a senhora que lhes falava era a senhora do Rosário, Carmela Conacha Brava fala da grande guerra e dos bolcheviques e que, por cá, o clero andava de candeias às avessas com as autoridades republicanas por causa da lei da separação, festejava-se um dia santo, dia muito importante para a fé, e que o bispo, tendo conhecimento dos factos do arbusto, disso se aproveitou mandando um prelado ao lugar, a fim de espiar e conspirar, coisa que não correu lá muito bem, foi preciso arregimentar alguns nobres descontentes para malhar nos maçons e derrubar o Afonso, ateu feroz, e umas tantas senhoras da alta sociedade dadas ao vinho, dona Caralhuda de Valadouro, que também sabe destas coisas, acrescenta que o cardeal, mais tarde em resposta a acusações de fraude, disse que os acontecimentos do arbusto foram impostos à igreja, o que talvez seja verdade atendendo à participação e ao empenho de um certo advogado, ferveroso católico e miguelista, grande proprietário, irmão e ministro de ordens e conferências religiosas, mais tarde sidonista, e interessado na manha, o facto é que Deus andava muito triste com a falta de fé dos portugueses, concordando, sim, com as teses do clericalismo neotomista e da teologia positivista, cuja ideia principal era que o milagre é uma interrupção momentânea das leis da natureza por vontade Dele, mas dona Caralhuda de Valadouro não arreda pé da sua teoria do Dan Dare e acha um disparate a ideia de unir os portugueses pelo arrependimento e a oração ou pôr no mesmo saco a aparição e o militante católico e beato Nuno de Santa Maria, o Nuno Álvares, o da batalha de Aljubarrota, coisa que, disse, mais não foi que esperteza saloia do presidente do conselho que se mancomunou com o cardeal, esta e outras coisas vinham descritas nas folhas dos jornais que estavam a calafetar as portas da casa dos Castelares para que não entrassem as baratas e uma, assaz curiosa, com data de 19, dava conta da revolta da batata, eram tempos de fome de cão, vem na Ilustração Portuguesa, n.º 589, de 4 de Junho de 1917, pp. 448-449.

As baratas declararam guerra à humanidade, incluindo gente de hábitos talares, invadindo casas, bibliotecas e conventos, as cozinhas, os armazéns, cantos e buracos esconsos, isto é coisa que vem de há muito tempo, certo é que as baratas são mal vistas, tanto é assim que duas baratas que subiam uma colina foram abatidas a tiro de fisga por dois frades, veio no Novidades e fez furor.


Doutras vezes, os Castelares: «Da importância e valor relativo das coisas. O azulejo.», 2024/08/27; «Uma bola vinda do nada», 2019/08/12.

Friday, March 04, 2022

Espinhas abissais

Peixes abissais é a designação genérica para os peixes de águas profundas e aspecto bizarro. Ora se há os peixes abissais também há as espinhas abissais e, como prova, aqui temos uma acabadinha de pescar:



(A propósito: «Ser abissal» - Wikipedia)