Thursday, December 13, 2007

«O que é que as freiras tratavam nas hortas?»

Foi a pergunta esta madrugada na TSF sobre mosteiros, conventos, imagens e climas agrícolas e flora selvagem. Parece que há restos arqueológicos de abóboras-chila (para doçaria conventual), grão de bico, cocos e outras novidades para a época que revelam uma situação privilegiada entre as freiras. Ficamos a saber que dentro do mosteiro não se tratavam nada mal, o que se pode ver pelos animais ovino-caprinos. Há outros restos de boa qualidade de ossos de porco e de vaca nas lixeiras, das partes com mais carne, o que significa que também sabiam alimentar-se com qualidade. Tudo de animais jovens.

Eram freiras que vinham da nobreza, não casadoiras, fora da linhagem. O primogénito herdava a linhagem. O segundo ia para padre e a moça não casadoira era logo convento com ela, que é o mesmo que dizer cinto de castidade em cima para não deixar de ser boa rapariga. E poupava-se em gastos.

Morriam para além dos cinquenta anos, ultrapassando a longevidade da população normal. Só não tinham seguro de saúde. Tinham como senão as doenças da cárie devido aos tais docinhos conventuais… Isto é, ganha-se em vida, perde-se em dentes.

Para além das monjas clarissas havia a dona Margarida (que tratava dos dedais), a dona Gertrudes (que era do coro) e umas tantas que tratavam do galinheiro e dos restantes locais mais prosaicos da fundação monástica feminina, como por exemplo as casas de banho a céu aberto. E no meio de tudo isto havia gente feliz e gente infeliz.

Estamos a falar do Mosteiro de Santa Clara-a-Velha, frente à cidade de Coimbra, isto por volta dos séculos XIII e XIV.

Ai que saudades!


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