Tuesday, September 30, 2025

Audição do Governador do Banco de Portugal. Investidas de Núncio.

Na Comissão de Orçamento, Finanças e Administração Pública do passado dia 25/09/2025 foi ouvido o Governador do Banco de Portugal, Mário Centeno.

Chegou a vez do deputado Paulo Núncio (CDS) interpelar. Nada de novo para Mário Centeno que sabia que Paulo Núncio gostava de “investidas” e disse-lho.

Fomos rever.

De facto, na “Garraiada do CDS” em Vila Franca de Xira, quatro dias antes, Paulo Núncio levou uma tareia e tanto de um bezerro, coisa para não mais esquecer! A pega saiu-lhe mal e foi pegado. Podia fazer pirueta e meia encarpada à direita e dava brado, mas não, foi mesmo um trambolhão sem jeito, feio.

Portugal inteiro riu-se.

Mas nós fomos mais longe. Atribuímos-lhe as medalhas de ouro, prata e bronze pelos três momentos mais bonitos da pega.





3. Nota: composição com fotografia da emissão televisiva da ARTV – Canal Parlamento (25/09/2025) e “print screens” da “Garraiada do CDS” nas redes sociais (21/09/2025).)

Sunday, September 28, 2025

A maioria da população não ganha 2300 euros. Romanos completamente doidos.




Luís Montenegro (Primeiro-Ministro): “Eu sei que, para um cidadão de Bragança ou de Freixo de Espada à Cinta, uma renda de 2.300 euros é uma fortuna. E é. Mas uma família com dois ou três filhos em Lisboa e no Porto, muitas vezes não consegue ter uma habitação a um preço inferior a este”;

Miguel Pinto Luz (Ministro das Infraestruturas e Habitação): “A OCDE, a União Europeia e todas as entidades internacionais e nacionais que se debruçam sobre o tema da habitação apontam para uma taxa de esforço máxima admissível de 40%.”

(o governo escolheu 46% para um casal: 5.000 euros * 46% = 2.300 euros)

“A nossa classe média tem que apontar para aí. Nós temos que apontar para esse esforço. E por isso os 2.300 euros, nomeadamente nas zonas de maior pressão, apontam para um rendimento do agregado familiar na casa dos 5.000 euros para um agregado familiar de um pai, de uma mãe, dois filhos.” – ECO de 2025/09/25;

 
Convidada no programa:A realidade é muito diferente: o salário médio é 1.741 euros (...)”
 
(Salário médio: 1.741 euros. Um casal: 3.482 euros. Com a taxa de esforço de 46%, a renda possível de pagar é 1.601,72 euros. É isto uma “renda acessível”? Não. Chamam-lhe agora “renda moderada”? Sim. E como é com os que ganham o salário mínimo nacional, ou seja, 870 euros?)

Convidada no programa: “Não se pode mudar precisamente o único factor que faz depender o acesso à habitação, que é o rendimento da família e a renda que é praticada. E este pacote legislativo, de forma muito genérica em quase todas as suas medidas, assenta num único factor, que é aumentar a renda, aumentar o valor da compra de casa, e com isso torná-lo ainda mais afastado da realidade do jovem e da classe média. Esta base em que se assenta todas estas políticas está errada (...)” – TVI Player (CNN Fim de Tarde) de 2025/09/26;


(“No caso do preço de venda, o Governo considera que o valor moderado de uma casa vai até 648 mil euros. No caso de uma renda, o valor moderado vai até 2.300 euros. // As novas medidas são essencialmente fiscais. O Governo vai reduzir o IVA para 6% para a construção de casas novas que sejam vendidas a preços até 648 mil euros. // Vai fazer o mesmo para casas que sejam construídas para arrendar até 2.300 euros de renda.”) – RTP Notícias de 2025/09/26;


3. Dicionário: a) Cabanas de Viriato: sítio recôndito da província da Lusitânia onde vivem povos bárbaros do Império Romano; b) Publicano: cobrador de impostos, podendo ser um local, mas especialmente odiado pelos tipos de Cabanas de Viriato; c) Pretor: comandante de um exército em campanha ou magistrado, vivendo melhor que um pastor de Cabanas de Viriato; d) Olissipo: onde vivem as elites; e e) Domus: habitações urbanas de famílias ricas descendentes de elites da cidade de Roma, algumas de grande monumentalidade e que podem servir de sede de empresas de cariz familiar;

4. Nota: desenho a lápis do autor e colorido digitalmente: um lusitano (português), numa das histórias de Asterix e Obelix, fala com um centurião romano.)

Marcelo admite desgaste da ministra da Saúde. Palavras moralizadoras. Cinto

Festa do Livro em Belém, 26 de Setembro de 2025. Onde há livros está o Presidente. E onde está o Presidente estão os jornalistas. O que os une? As notícias.

Num dum muitos intervalos do passeio do Presidente, por entre “selfies”, beijocas, “tiradas” bem dispostas e salamaleques, reparámos que a dada altura o Presidente segurava o cinto com cara de sofrimento.(*)


Ora como sabemos que a política com o passar dos anos vai causando mossa e não faz nada bem à saúde (e por isso, à noite, o Presidente e a ministra da Saúde encontraram-se no fado para desanuviar: Marcelo: “– Mas a televisão faz-nos um mal…”; Ministra: “– Faz-nos mal…”; Presidente: “– Engorda, envelhece”; (blá-blá-blá); Presidente (apreciando-a): “– Gostei de a ver, jovem!”)(**), dizíamos, não faz nada bem à saúde, pensamos que a reação se deveu ao acumular de ansiedade (apreensão) com os “pequenos casos”, ou “pequenos grandes casos” na Saúde (mortes, inclusive.), da ministra da Saúde, Ana Paula Martins.

Confirmação que obtivemos quando ouvimos o Presidente dizer que o governo está muito bom, bem servido, de sal q.b., com excepção da ministra da Saúde que lhe está a causar uma sensação de pedra nos rins.

O que vale é que o “barco vai de saída”, “adeus ó palácio de Belém”(***), e aí acabam-se as dores.

– Ah... Já passaram!


(1. As notícias: (*) minuto 01:30 a 01:34 (VÍDEO): «Marcelo considera que a ministra da Saúde está desgastada» – RTP Notícias de 2025/09/27; (**) minuto 01:20 a 01:56 (VÍDEO): «Marcelo deixa palavras moralizadoras a ministra com "desgaste"» – RTP Notícias de 2025/09/27;


2. A propósito: (***) Canção de Fausto, de 1982, “O barco vai de saída”, do álbum “Por Este Rio Acima”: a) «Fausto Bordalo Dias» – Wikipedia; b) o álbum «Por Este Rio Acima» (“O barco vai de saída”) – Idem; e c) «Fausto – O Barco vai de saída» – YouTube;


4. E um conselho de amigo ao Presidente: Sr. Presidente, nestes casos mais graves, que envolvem ministros ou ministras, experimente aliviar o cinto: Afrouxar o cinto pode dar um alívio imediato;

5. “Print screen” do vídeo da RTP (em cima).)

Friday, September 26, 2025

Transportes e saúde no top 5 dos setores com mais greves. Serviços mínimos.

Quando os serviços mínimos são máximos.

Quando se decretam serviços mínimos de cinco coveiros em cemitérios onde há apenas três.(*) Quando, por absurdo, os trabalhadores da empreitada na casa do senhor ministro(**) querem fazer greve, andam no gamanço do tijolo e do cimento fornecido ao ministro pelo presidente da câmara por troca de favores, e atrasam a mansão.

São dois exemplos de como as greves perturbariam seriamente o descanso dos mortos (no primeiro caso) e a construção da casa do senhor ministro (no segundo caso), e, por arrasto, o presidente da câmara, o governo e o empreiteiro, provocando alarme social.

Além disso, as greves são uma chatice: aparecem nos telejornais e pelo aparato que têm dão uma má imagem do país, cá e no estrangeiro, com gente aproveitadora a “urrar” que o governo é incompetente. E são como o preço das casas e das rendas: sempre a crescer e a “disparar”.

Se queremos ser um país civilizado, há que “ensinar” os grevistas e doutriná-los para que respeitem os “princípios gerais da proporcionalidade, adequação e necessidade” das greves, arrazoado difícil de compreender mas que significa torná-los bem comportados. Pois já não estamos em 1732, “nas obras de construção do Palácio de Mafra, quando os operários se recusaram a trabalhar até que os salários atrasados lhes fossem pagos”.(***) Nada disto acontece hoje.

Foi ontem ouvida a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Maria do Rosário Palma Ramalho, na Comissão de Trabalho, Segurança Social e Inclusão da Assembleia da República.

O assunto já se vê qual foi: a intenção do governo de proceder à revisão da Lei da Greve e “consagrar a obrigatoriedade de serviços mínimos em todas as greves, incluindo naqueles sectores onde tal imposição legal não se verifica actualmente.
                                                                                               
E o que disse ela, perguntam vocês? Bem, em dois gestos simples a ministra disse tudo. Ora vejam:




(*) No último parágrafo da notícia: «Patrões querem ir mais longe do que Governo nos setores com serviços mínimos nas greves» – RTP Notícias de 2025/09/24;

(**) Um hipotético, imaginado, ministro;


2. Nota: composição a partir das fotografias da emissão televisiva da ARTV – Canal Parlamento.)

Incidentes com drones em aeroportos dinamarqueses. Ou DROVNIS?


Nos últimos dias, vários drones foram avistados a sobrevoar os principais aeroportos e bases militares da Dinamarca.(notícia em baixo) É o caso do aeroporto de Aalborg, que esteve encerrado durante várias horas. Só que as dúvidas persistem: Serão os russos? Será o Elon Musk? Um republicano da facção radical do Trump? Ou os chineses?

Os russos negam e dizem que, provavelmente, é um esquimó que não tem mais nada que fazer.

É preocupante e coloca várias questões: Como evitá-los? Com uma parede anti-drones? Chama-se o Homem-Aranha? Chumbo em cima deles?

Seja como for, têm de ser neutralizados e há que procurar o malandrim que os manobra.

O problema é, sendo desconhecidos, se não são drones mas DROVNIS? Nesse caso não poderemos estar à beira de uma guerra interestelar de consequências imprevisíveis?


(1. As notícias: a) «Aeroporto de Aalborg encerrado devido à presença de drones» – SIC Notícias de 2025/09/24; b) «União Europeia quer criar parede antidrones» (COM O VÍDEO) – SIC Notícias de 2025/09/25; c) «Incidentes com drones em aeroportos dinamarqueses: o que se sabe até ao momento» – SIC Notícias de 2025/09/25; e d) «Drones sobrevoaram aeroportos de Copenhaga e Oslo durante três horas, centenas de voos foram cancelados» (COM O VÍDEO) – SIC Notícias de 2025/09/23;

2. Nota: fotografia da emissão televisiva da RTP1 na qual se acrescentou a legenda.)

Sunday, September 21, 2025

Andrézito, não passas de um monstrinho. A América comenta.

Anda o país entretido com as picardias e barafundas do Isaltino (Morais) com o Andrézito (Ventura), a ver os episódios do filme e a comer pipocas, e entretanto a coisa já chegou à América e aos ouvidos do “X Æ A-Xii”, o filho do dono disto tudo, do Elon Musk.

Normalmente, nestas circunstâncias, os pais satisfazem os pedidos caprichosos destas criancinhas super-poderosas, mas desta vez parece que o “X Æ A-Xii” ficou a chuchar no dedo!

Ora vejam:




2. Nota: composição com fotografia de imagem do Canal Now (quando Elon Musk, na Sala Oval, com o filho às cavaleiras, confundiu a Palestina com Moçambique (2025/02/11) e impressão de écran do vídeo de Isaltino Morais no Instagram.)

Andrézito, não passas de um monstrinho. E um Andrézito multiplicado por 20?


Desengane-se quem pense que os requisitos para um tipo se candidatar à Presidência da República são os apresentados na esquerda da imagem. Já foram, mas agora não são. Na verdade, são os da direita. O que significa que se temos até agora 21 (serão 22?) pré-candidatos anunciados a expectativa é de virmos a ter muitos mais.

E quantos mais melhor: mais picardias, mais barafundas, mais Isaltinos, mais Andrézitos, histórias de monstros e perseguições para dar a sopinha toda às criancinhas (“vá, vá lá, só mais uma colher(z)inha!”). 

Ainda mal começamos e a coisa já vai com bocas reles como a do “Andrézito do Tutti Frutti” (Isso diz-se, ó Isaltino!?). Mas é com coisas assim, multiplicadas pelos 20, que as presidenciais prometem e vão pôr o pessoal a comer pipocas!

O único senão é que entretanto o “Portal da Candidatura”, atento à inflação de candidatos, mudou as regras e agora as candidaturas são seleccionadas por Inteligência Artificial. Ora é aí que a porca torce o rabo, pois poderá acontecer que bons candidatos fiquem de fora, como por exemplo um tal Fernando Pessoa.

A ver vamos...



2. Para os que querem ser Presidente da República: «Portal da Candidatura»;

3. Para os que querem saber quem são os adversários e a alhada em que se meteram: «Eleições presidenciais portuguesas de 2026» (com os 22 declarados para Presidente da República) – Wikipedia;

4. Nota: composição a partir da fotografia da emissão televisiva.)

Wednesday, September 17, 2025

Serei candidato às eleições presidenciais de 2026. O Chega tinha de ter voz




2. Nota 1: Em 3 de Dezembro de 2024, no “post” «Presidenciais 2026. Gouveia e Melo é o favorito.», falava-se d’“a influência dos pastores evangélicos nos votos” e de um “Cartaz de propaganda do bispo Zaqueu ao ADN” (pouco tempo depois retirado); isso justificou, na altura, a brincadeira de que o bispo Zaqueu era “a alternativa-surpresa de André Ventura para ganhar o eleitorado evangélico”. 

Antes, a 21 de Março, em «E quando o indigitado não for Luís Montenegro? Lá CHEGAremos.», dizia-se que não espantaria se um dia o CHEGA chegasse ao poder de mãos dadas com um partido evangélico (o ADN) e o Presidente já não fosse o rei Marcelo mas sim o bispo Zaqueu. Nesse “post”, em que o bispo Zaqueu encarnava Moisés, segurando numa mão uma “tábua” com o André Ventura e na outra um bordão com o Bruno Fialho (ADN), representava-se o momento em que o Bispo-Presidente Zaqueu indigitava André Ventura para formar um governo Chega/ADN;

Nota 2: composição a partir de imagens dispníveis na Web.)

Jubileu das Autoridades Civis. Deus, Paulo Rangel, Política e Religião.

Legenda: Desenho a lápis (tratado digitalmente) e fotografia do autor.


(1. «Perfectibilidade» – Dicionário de Filosofia

("(...) Rousseau via nela o próprio da humanidade: além da liberdade, explica ele, “há outra qualidade muito específica que distingue o homem do animal, e acerca da qual não pode haver contestação: é a faculdade de se aperfeiçoar, faculdade que, com a ajuda das circunstâncias, desenvolveu sucessivamente todas as outras e reside entre nós, tanto na espécie como no indivíduo; ao passo que um animal, ao cabo de alguns meses, é o que será o resto da vida, e sua espécie, ao cabo de mil anos, o que era no primeiro ano desses mil anos” (Discurso sobre a Origem da Desigualdade, I: mesma ideia em Pascal, mas sem a palavra perfectibilidade, em seu Préface au Traité du Vide [Prefácio ao Tratado do Vazio].

"A ideia de perfectibilidade do homem surge no século XVIII, com a atenuação das barreiras teológicas que reservavam tal propriedade a Deus. Para autores Iluministas como Condorcet e Godwin, a perfectibilidade torna-se uma tendência suscetível de ser de fato realizada na história humana. Antes de Kant, tanto Rousseau como o pensador escocês Lord Monboddo (1714-99) anteviram a perfectibilidade como capacidade para o progresso moral e para a autolegislação humana. O século XIX representou o apogeu da crença na perfectibilidade, sob a influência de Saint-Simon e, depois de Kant, Hegel, Comte e Marx. Com a teoria da evolução foi possível ver a história econômica e cultural como um progresso, uma adaptação crescente desde os estados primitivos e não-desenvolvidos até o ideal potencial, associado à liberdade e à auto-realização da humanidade. Este otimismo, frequentemente aliado a uma confiança ilimitada na melhoria da condição humana mediante o avanço da ciência, não sobreviveu ao desgaste do século XX.");

2. «"Socialista, republicano e laico": identidade, programa político e societário» ("download" em SPinto_10_ Communio.pdf) – Sérgio Pinto, "Communio, XXVII (2010/1), pp. 43-51, Universidade Católica Portuguesa

("(...) No quadro da perspectiva contratualista, a desconfessionalização do Estado e da sociedade não negou o estatuto público à religião, pese embora as franjas para quem a laicidade isso exigisse. Todavia, a desconfessionalização e a separação pretendem estabelecer uma configuração social na qual o religioso deixa de ser a sua base de coesão, remetendo-o, pelo menos tendencialmente, para a esfera privada. A pertença religiosa é colocada prevalentemente sob o prisma da liberdade individual, do foro da consciência, daí o combate às instituições religiosas; em grande medida, o debate em torno da lei da separação de 1911 inscreve-se na disputa pela liberdade de associação e dos limites da mesma, a partir da consideração das entidades públicas como as instâncias a quem competia a construção da legitimidade e da coesão social, pela secundarização das instituições religiosas. //

"Está em jogo, por isso, a configuração da pertença religiosa na sociedade contemporânea, o seu papel na determinação do indivíduo quanto às suas diferentes esferas de acção e o modo como a afirmação da sua confessionalidade, ou ausência dela, é equacionada num quadro social que não faz da instância do religioso a base da pertença à sociedade. A questão da cidadania e a disputa pela sua configuração coloca, em certa medida, a questão da possibilidade e do alcance da separação dos diferentes âmbitos – político e religioso, mas também económico, social e cultural – e do seu grau. A determinação da separabilidade diz respeito tanto ao indivíduo e à sua actuação como às instituições, quer às confissões e denominações religiosas como ao Estado e aos respectivos agentes de ambas." - p. 50);

3. A propósito: «desigualdade social» – Infopedia
("Rousseau e Marx viram na propriedade a origem da desigualdade, enquanto que, para Durkheim, é a divisão do trabalho que a origina.");

4. A notícia de que se fala com as palavras de Paulo Rangel: «Lisboa: Cardeal Parolin defende necessidade de falar «da dignidade humana», «com coragem e verdade»» – Agencia Ecclesia em 2025/09/13;

5. a) Nota para os que andam distraídos: Paulo Rangel é Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros da República Portuguesa do XXV Governo Constitucional; e b) A ideia dos sapatos vem de "Os sapatos de Deus – Para um decálogo do Cristianismo", de José Miguel Cardoso, ed. Paulus, 2025.)

Sunday, September 14, 2025

Jubileu das Autoridades Civis. Freiras fogem do lar.

Zig e Zag falam de freiras, do presidente, do cardeal Parolin e do Pacheco de Amorim. Uma conjunção “astronómica” improvável (cartoon):


No Jubileu das Autoridades Civis o poder secular (pelos vistos não laico) e a Igreja deram as mãos e entenderam-se no "vamos brincar à caridadezinha".

Serve a religião a política, na esperança de não ficar moribunda, e serve-se da religião a política, tentando embrutecer-nos.

Mas será que esta malta ainda não compreendeu que não queremos “caridadezinha”, mas sim “paz, pão, habitação, saúde, educação”? Coisas concretas e não etéreas? Nada de restos. Nada de migalhas.

Vejam como esta gente pensa:

Parolin: “A força com que a Igreja incide na sociedade não reside num poder externo, mas na «fé e caridade efetivamente vividas»”, assinalou o colaborador do Papa.

O presidente da República Portuguesa (…) afirmou que “é tempo de reafirmar a esperança”, por palavras e, mais ainda, por atos, “por gestos comunitários de fé, pela prática da caridade, do amor partilhado, da doação aos outros”.

Paulo Rangel, “um político cristão” (isso existe?), destacou que “não há nenhuma razão” para ter “tibieza ou medo de dizer e de atuar como cristãos”, já sobre o setor dos negócios estrangeiros, das relações internacionais, evocou “o princípio que decorre da Torre de Babel”, que “era a aspiração a que, no fundo, se pudesse competir com Deus”, que, como “solução preventiva para que o seu poder não fosse desafiado”, fez com que cada um falasse uma língua diferente.” – Valha-nos Deus!

Diogo Pacheco de Amorim, vice-Presidente da A.R.: Sobre “o papel do político hoje em dia”, palavras para quê?

Outros subiram ao palanque.

O povo, como sempre (e agora mais que nunca), não esteve presente.


(1. Talvez a melhor notícia: «Três freiras fogem de lar de idosos para regressar ao convento» – RTP Notícias de 2025/09/13;

2. Onde se pode ver como o vassalo presidente garantiu meia estadia no céu com o beija-mão: a) «"Número dois" do Vaticano pede aos políticos que lutem pela dignidade humana e recusem a mediocridade» – RTP Notícias de 2025/09/13; e b) «“Número dois” do Vaticano pede aos políticos que lutem pela dignidade humana e recusem a mediocridade» – JM de 2025/09/13;

3. A “caridadezinha”: «Presidente da República diz que é preciso reafirmar a esperança» – RTP Notícias em 2025/09/13;

4. Onde se pode ver Pacheco de Amorim e ler o que disseram os notáveis: a) «Lisboa: Cardeal Parolin defende necessidade de falar «da dignidade humana», «com coragem e verdade»» – Agencia Ecclesia em 2025/09/13; e b) «Saudação do Patriarca de Lisboa na abertura do Jubileu das Autoridades» – Patriarcado de Lisboa em 2025/09/13;

5. Para os esquecidos de memória e para os mais novos que não sabem quem foi «Diogo Pacheco de Amorim» – Wikipedia.)

Elevadores presos por um fio. Manutenção do elevador da Glória. IMT.

Um semibárbaro (isto é, um tipo que vive no Império Romano, mas é lusitano, português) vai muito descansado na sua vidinha quando encontra no caminho dois romanos e os interpela:



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("Esta omissão poderá ser determinante na atribuição de responsabilidades civis e criminais: o município de Lisboa, através da Carris, optou por um modelo contratual minimalista para um sistema que transporta milhares de pessoas por dia num declive acentuado, expondo os passageiros a um risco inconcebível. //

"Perante isto, o contraste entre Carris e STCP é avassalador e demonstra que o problema é de gestão e de exigência. No Porto, os eléctricos históricos têm direito a centenas de operações programadas, medições rigorosas, registos de torque, ensaios não destrutivos e análises de tendências de desgaste; em Lisboa, os ascensores tinham direito apenas a um olhar de relance e a um visto de conformidade. A mesma empresa, dois contratos, dois mundos.")

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(1. As notícias: a) «Engenheiro que denunciou desinvestimento sofreu retaliação da Carris» – RTP Notícias de 2025/09/13;

("Um engenheiro mecânico que denunciou desinvestimento na manutenção da Carris foi expulso das instalações da empresa onde trabalhou 50 anos. Carlos Gaivoto disse que os trabalhadores estão a ser intimidados. Já a Carris acusou o engenheiro de interferir nas investigações ao acidente.")

b) «Elevadores. Presos por um fio» – SOL de 2025/09/12;

("As carruagens dos funiculares de Lisboa são uma ofensa ao conhecimento científico aplicado há décadas para proteção da vida humana em transportes públicos.")


("Isto significa que a substituição do cabo tractor, efectuada no ano passado no Elevador da Glória pela MNTC – e que a Carris ainda não quis disponibilizar ao PÁGINA UM –, não poderia ter sido tratada como uma mera operação de manutenção rotineira. Por lei, mesmo para elevadores históricos, a Carris deveria ter instruído um processo administrativo prévio junto do IMT, contendo “análise de segurança para a fase de entrada em serviço e relatório de segurança” e posteriormente uma declaração que a alteração fora terminada acompanhada de “documentos que demonstrem a conformidade da instalação com os requisitos essenciais do regulamento”. Nessa linha, teria de ser enviado um “dossier técnico contendo o relatório final dos ensaios e verificações realizadas”. //

"E mais: mesmo em elevadores históricos seria inadmissível que fossem colocados cabos que não estivessem homologados. A legislação refere que caso o IMT verificasse que “um componente de segurança provido de marcação CE de conformidade” pudesse colocar “em risco a segurança e a saúde de pessoas ou a segurança de bens” tinha a competência para determinar “a proibição da sua utilização ou a restrição ao seu campo de aplicação”. Ora, a Carris nem sequer quis informar ainda o PÁGINA UM quem foi o fornecedor do cabo e qual foi o custo. //

"A pergunta que agora se impõe, perante o desastre do Elevador da Glória, é simples: cumpriu a Carris todos estes passos? Foram submetidos ao IMT o projecto de substituição do cabo, a análise de segurança e o plano de ensaios? Existe relatório final de ensaios assinado por entidade independente? Foi emitida autorização de entrada em serviço antes de o elevador retomar a operação?";

2. Nota: desenho a lápis do autor, colorido digitalmente (o lusitano (português) e o centurião romano das histórias do Astérix), e composição com imagens disponíveis na Web, nomeadamente o legionário nas mesmas histórias.)

Thursday, September 11, 2025

Manutenção do Elevador da Glória. O que diz Minerva.



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("Esta omissão poderá ser determinante na atribuição de responsabilidades civis e criminais: o município de Lisboa, através da Carris, optou por um modelo contratual minimalista para um sistema que transporta milhares de pessoas por dia num declive acentuado, expondo os passageiros a um risco inconcebível. //

"Perante isto, o contraste entre Carris e STCP é avassalador e demonstra que o problema é de gestão e de exigência. No Porto, os eléctricos históricos têm direito a centenas de operações programadas, medições rigorosas, registos de torque, ensaios não destrutivos e análises de tendências de desgaste; em Lisboa, os ascensores tinham direito apenas a um olhar de relance e a um visto de conformidade. A mesma empresa, dois contratos, dois mundos.")

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("Em 2022, a MNTC venceu o concurso público com uma proposta de cerca de 995 mil euros – cerca de 42% abaixo do preço-base. Apesar de não ter qualquer experiência no sector e de não possuir sequer o alvará da Direcção-Geral de Energia e Geologia (DGEG) à data do concurso, venceu com base no único critério de adjudicação: o preço. Porquê? A Carris ainda não explicou.")

e b) «Elevador da Glória com problemas de concepção e manutenção»  (COM A ENTREVISTA) – RTP Notícias de 2025/09/07.

("Esta é a opinião do engenheiro Fernando Branco, antigo professor do Técnico, que depois de ler o primeiro documento sobre o acidente afirma que os passageiros estavam condenados. Os sistemas alternativos de travagem não conseguiriam impedir a tragédia.")

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("Desde 2019 – e não desde 2022, como erradamente se escreveu inicialmente –, a MNTC ficou também responsável pela manutenção dos ascensores lisboetas." (corrigido pela Página 1M em 2025/09/13));;


("A substituição do cabo do Elevador da Glória (...) foi executada no ano passado pela MNTC, empresa responsável pela manutenção dos ascensores de Lisboa desde Setembro de 2022, mas não existem garantias de que os seus técnicos possuíam as certificações exigidas por lei para inspeccionar e intervir em sistemas técnicos desta complexidade.")
("Desde 2019 – e não desde 2022, como erradamente se escreveu inicialmente –, a MNTC ficou também responsável pela manutenção dos ascensores lisboetas." (corrigido pela Página 1M em 2025/09/13));;

2. Quem supervisiona? O outsourcing (política de privatizações e externalização). A investigação. O futuro:

«O trambolho do Elevador da Glória» – por Fernando Santos e Silva, engenheiro eletrotécnico, "LPP / Lisboa Para Pessoas" em 2025/09/09

("Uma das questões ligadas ao desinvestimento prende-se com a opção nas empresas públicas de operação e gestão de infraestruturas para entrega por externalização (outsourcing) da manutenção especializada. Tal como oportunamente denunciado pelos órgãos dos trabalhadores e por técnicos da hierarquia das empresas, essa política traduz-se na perda de capacidade oficinal das empresas e na não substituição dos operários especializados que vão saindo por reforma, perdendo-se “know-how”. //

"Dado que esta questão está mais ou menos relacionada com os critérios da política de privatizações, ela fica assim inquinada por razões ideológicas e não técnicas, omitindo-se muitas vezes os exemplos negativos em outros países, desde o caso do ferry Herald of Free Enterprise até aos acidentes na ferrovia inglesa. //

"Muito dificilmente se poderá justificar financeiramente a opção pela externalização quando o que eventualmente se poupará (veja-se o caso dos concursos anulados por preços superiores ao estimado nos cadernos de encargos) é menos do que o que se perde em controle e monitorização. Não se põe em causa a competência de técnicos de empresas externas, que mediante investimento poderiam ser admitidos pelo operador ou gestor de infraestruturas públicos.");

3. Dicionário: a) "Minerva", deusa da sabedoria, da estratégia, da arquitectura, engenharia e artes; b) "Bárbaros", os povos fora do Império ou não-romanos (no caso em cima, no sentido da "externalização".); c) "Caldário", sala nas termas romanas que era aquecida e munida com banho de imersão; e d) "Quadriga", carro ou carroça conduzida por quatro cavalos lado a lado;

4. Nota: desenho a lápis do autor, colorido digitalmente (a paisagem e o centurião romano das histórias do Astérix), e composição com imagens disponíveis na Web, nomeadamente o legionário nas mesmas histórias.)

Wednesday, September 10, 2025

Parece uma planta, mas não é. São os novos candeeiros de iluminação pública

Parece uma planta, mas não é. São os novos candeeiros de iluminação pública, disfarçados na folhagem, que a autarquia mandou instalar pela cidade. Já a pensar nas autárquicas de 12 de Outubro.



(1. A propósito: a) «Iluminação pública» – Wikipedia; b) «Eleições Autárquicas 2025» – Comissão Nacional de Eleições; e c) «Eleições autárquicas portuguesas de 2025» – Wikipedia; 2. Nota: fotografia do autor.)

Tuesday, September 09, 2025

Moedas: Não sou um moderado fofinho. Fofinho vs sicários.

Frágil! Lidar com pinças!




2. a) As mentiras de Carlos Moedas. Sistemas de redundância. Reposição da confiança dos cidadãos. Entrevista a Fernando Medina e Miguel Poiares Maduro:

«Fernando Medina à Renascença: "Moedas mente para fugir do Moedas oportunista de 2021"» (A ENTREVISTA COMPLETA: "O antigo autarca da Câmara de Lisboa acusa Carlos Moedas de mentir sobre o caso "Russiagate" e nas afirmações que fez sobre o ministro Jorge Coelho e a tragédia de Entre-os-Rios. Fernando Medina considera que o atual autarca não tem "idoneidade" para ocupar o cargo e que "Carlos Moedas de 2025 já está demitido por Moedas de 2021.") – Rádio Renascença de 2025/09/08;

("Segundo o jornal Polígrafo, as afirmações de Carlos Moedas não correspondem, por isso, à verdade. Jorge Coelho não tinha conhecimento de qualquer problema estrutural. O que o ex-ministro sabia é que a ponte tinha danos no pavimento. A demissão de Jorge Coelho foi uma decisão política, ao contrário do que Carlos Moedas sugeriu, este domingo, na entrevista à SIC.") – SIC Notícias de 2025/09/08;

("No derradeiro telefonema que fez a António Guterres – narrado ao autor da biografia pelo atual secretário-geral da ONU – Jorge Coelho deixa clara a natureza da sua decisão: – Não há outra forma. Uma coisa desta dimensão exige uma tomada de posição radical. São muitos mortos, pá. Temos de dar o exemplo. Se não saio, isto vira-se contra ti.”" – Fernando Esteves, autor da biografia “O Todo-Poderoso”, publicada pela editora Matéria-Prima no ano de 2014.) – Polígrafo de 2025/09/08;

e c) «“Carlos Moedas de 2025 já está demitido por Carlos Moedas de 2021”, diz Fernando Medina» ("O ex-autarca adianta ainda que lhe causou “repugnância” Carlos Moedas ter afirmado no domingo, numa entrevista na SIC sobre o desastre no Elevador da Glória, que o antigo ministro Jorge Coelho tinha informações sobre a fragilidade da ponte de Entre-os-Rios antes da tragédia.") – O Jornal Económico de 2025/09/09;

3. Os documentos:

«Elevador da Glória. Divulgados novos documentos» (os contratos assinados com a Carris e a MNTC, os concursos, a deliberação do CA da Carris para ajuste directo, versões não assinadas e rubricadas (e versões completas), externalização da manutenção dos elevadores, o primeiro relatório da inspecção, esquema de funcionamento do ascensor, fotografias da situação dos trambolhos e do cabo que se libertou e, também, os relatórios das inspecções diárias.) – por Mário Rui André, jornalista e editor do "LPP / Lisboa Para Pessoas" em 2025/09/07;

4. Nota: desenho a lápis do autor, colorido digitalmente (a paisagem e o centurião romano das histórias do Astérix), e composição com imagens disponíveis na Web, nomeadamente o legionário nas mesmas histórias.)

Câmara de Lisboa aprova portal da transparência. Pois aqui ninguém foge.

Apesar de não ter feito declarações aos jornalistas após a reunião extraordinária (da Câmara de Lisboa, ontem, segunda-feira), já que saiu a meio, Carlos Moedas "continuará a dar a cara", garantiu o vice-presidente da Câmara, Filipe Anacoreta Correia.” – Notícia em baixo.

Mas as nossas câmaras estavam lá e captaram-no a sair disfarçado...



(1. A notícia: a) «Câmara de Lisboa aprova portal da transparência e apoios às vítimas do acidente no Elevador da Glória» – SIC Notícias de 2025/09/08; e b) «Moedas “abandonou a reunião” de Câmara e não ficou para audição do presidente da Carris, acusam PS e Livre» – ECO de 2025/09/08; 2. Nota: composição com imagens disponíveis na Web, nomeadamente o legionário romano das histórias do Astérix.)

Monday, September 08, 2025

Sunday, September 07, 2025

Elevador da Glória. Marcelo considera Moedas politicamente responsável.

Responsabilidade jurídica objectiva. Responsabilidade subjectiva. Responsabilidade política.



Em tempo: a) As mentiras de Carlos Moedas. Sistemas de redundância. Reposição da confiança dos cidadãos. Entrevista a Fernando Medina e Miguel Poiares Maduro:

«Fernando Medina à Renascença: "Moedas mente para fugir do Moedas oportunista de 2021"» (A ENTREVISTA COMPLETA: "O antigo autarca da Câmara de Lisboa acusa Carlos Moedas de mentir sobre o caso "Russiagate" e nas afirmações que fez sobre o ministro Jorge Coelho e a tragédia de Entre-os-Rios. Fernando Medina considera que o atual autarca não tem "idoneidade" para ocupar o cargo e que "Carlos Moedas de 2025 já está demitido por Moedas de 2021.") – Rádio Renascença de 2025/09/08;

b) «“Carlos Moedas de 2025 já está demitido por Carlos Moedas de 2021”, diz Fernando Medina» ("O ex-autarca adianta ainda que lhe causou “repugnância” Carlos Moedas ter afirmado no domingo, numa entrevista na SIC sobre o desastre no Elevador da Glória, que o antigo ministro Jorge Coelho tinha informações sobre a fragilidade da ponte de Entre-os-Rios antes da tragédia.") – O Jornal Económico de 2025/09/09;


d) «Carlos Moedas em entrevista na SIC sobre o acidente no Elevador da Glória» (A ENTREVISTA COMPLETA) – SIC Notícias de 2025/09/07;



(1. As notícias: a) «Elevador da Glória. Marcelo considera Moedas "politicamente responsável"» (COM O VÍDEO) – RTP Notícias de 2025/09/07; e b) «Acidente do Elevador da Glória» – Wikipedia; 2. Nota: fotografia da imagem televisiva da SIC Notícias.)

Saturday, September 06, 2025

Encontro de Bull Terrier com Capivara

Como têm narizes aduncos, pensam que são primos afastados...



(1. A propósito: a) «Bull terrier» – Wikipedia; e b) «Capivara» – Idem; 2. Nota: desenho a lápis do autor, colorido depois digitalmente.)